quarta-feira, 12 de junho de 2013

Hipocrisia sendo defendida..

Após me despedir de uma colega de curso e atravessar o farol da Rua Bela Cintra, presenciei uma cena que me chamou atenção.
Manifestantes fecham rua na Av. Paulista com saída próxima a Estação da Consolação e atacam verbalmente motoristas que aguardavam o sinal para prosseguirem seus trajetos.
Com jargão um pouco confuso, esses manifestantes (que aparentavam idade não superior a 25 anos) falavam sobre condução e “busão”. Não entendi bem a expressão, pois assim como muitos que ali transitavam pela Paulista, eu estava preocupado apenas em ir para minha casa.
Taxistas com passageiros assustados, motoqueiros, transportes de entrega e pessoas dentro de seus carros tinham um único objetivo, atravessar a Avenida Paulista e seguirem seus caminhos. Poucos motoristas conseguiam furar o bloqueio. Resultado, aqueles que não conseguiam passar pela manifestação voltavam de ré na rua e por pouco não causavam  abalroamentos de carros.
Observei que um dos manifestantes se direcionava de forma exaltada para um passageiro, que estava no banco de traz de um veículo de marca  importa japonesa, dirigida por pessoa com aparência de meia idade e acompanhada no banco de carona por uma senhora também de meia idade. O manifestante se aproximava do carro dizendo para aquele passageiro, que estava no banco de traz e se manifestava contra aquele ato, que ele era “um burguesinho que estava dentro de um carro importado e que não se importava com as questões sociais”.
Observando aquela cena, fiquei pensando, quem não esta se importando com quem?
Quem esta invadindo o direito de quem? Desculpe, mas dos manifestantes que lá estavam, com suas camisetas de grifes, creio que poucos sabem o que é o labor da vida.
E ai vem a hipocrisia da situação, ter um carro importando, ou morar em um bairro mais elitizado, muitas vezes significa o fruto da conquista pessoal que alcançamos ao longo da nossa vida. Muitos de nós trabalhamos não apenas para sobreviver, mas sim viver. Queremos conquistas e tê-las significa muito para o nosso desenvolvimento, moral e espiritual. Estar na meia idade, e ter um carro importado, não significa desprezo aos assuntos sociais e nem ostentação. Pois essa pessoa pode ter trabalhado muito na vida e trazer em seu corpo/rosto  as marcas vindas das dificuldades e das vitorias.
Enquanto aqueles que dizem que estão lutando por direitos, e aparentemente pertencentes a uma boa classe social, com feição nutrida e provavelmente alunos de ótimas instituições de ensino, que numa terça feira, por volta de 22h30minhrs., param um determinado ponto da cidade, com o fomento de estarem lutando por direitos e interesses sociais, provocam medo e insegurança nos cidadãos que lá precisavam estar.
Vi comerciantes que se atentavam a todos os movimentos para se necessário fecharem seus estabelecimentos, clientes que se apressavam para sair daquele local, mulheres e adolescentes indo em desespero as entradas do metrô como se estivessem buscando refúgio de guerra.
Assustados, assim como eu, muitos pedestres e motoristas desviavam seus caminhos para poderem prosseguir em paz para suas casas. De repente observasse correria, gritos, helicópteros e sons estrondosos, era a PM chegando. Estabelecimentos fechando as pressas, clientes assustados retornando do local que acabaram de sair, casais seguindo em direção contrária aos seus destinos, carros saindo acelerados na contra mão.
Senti naquele momento uma vergonha moral por aquilo que presenciei. A hipocrisia.


2 comentários:

Obrigado pelo seu comentário.